Fósseis de mosassauro foram encontrados em depósitos fósseis no Marrocos, revelando diversos segredos dos maiores répteis marinhos que já existiram — especialmente a maior de suas espécies, Thalassotitan atrox. Um estudo contando todas as descobertas feitas pelos cientistas foi publicado na última quarta-feira (24) na revista científica Cretaceous Research.
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Os pesquisadores responsáveis pelo estudo são da University of Bath, no Reino Unido. Segundo eles, os mosassauros são como um cruzamento entre um dragão de Komodo, um tubarão-branco, um T. rex e uma orca. Embora seja uma ideia aterrorizante, os parentes modernos mais próximos destes répteis marinhos, que podiam chegar a 12 metros de comprimento, são as cobras e as iguanas.
Mosassauros e sua dieta
Totalmente aquáticos, os mosassauros não parecem ter tido um bom olfato, de acordo com seus fósseis, o que indica terem sido predadores do topo de sua cadeia, e não carniceiros. Suas diferentes espécies podiam ter dentes mais afiados — bons para comer peixes e cefalópodes como as lulas — ou mais cegos, bons para esmagar e triturar criaturas com cascos e carapaças mais duras.
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O novo achado no leito de fosfato cheio de fósseis em Marrocos vem para dar mais insights sobre a vida e alimentação dos animais: foram encontrados crânios, vértebras, ossos de membros diversos e falanges. Isso permitiu descrever o crânio inteiro de um T. atrox com mandíbula, dentes, ombros, esqueleto e membros anteriores. Um pouco maior do que uma orca, ele podia crescer a até 9 ou 10 metros, segundo os cientistas.
O Thalassotitan tinha um focinho mais curto e largo, com dentes cônicos grandes que, nos fósseis, estavam bem gastos e com rachaduras, indicando uma dieta com presas mais duras. Fósseis de um peixe predador grande, um casco de tartaruga, um crânio de plesiossauro e ossos de pelo menos 3 espécies diferentes de mosassauros menores no local podem ter causado esses danos dentários.
Além disso, os restos mortais dos animais demonstram estar gastos por ácido, o que deve ter ocorrido ao passarem pelo sistema digestivo do T. atrox antes de serem regurgitados. Apesar de ser uma evidência difícil de ser confirmada, é um bom indicativo da dieta do réptil.
Nos últimos 25 milhões de anos do período Cretáceo, as espécies de mosassauro se diversificaram muito, e o Thalassotitan mostra uma diversidade ainda maior do que se acreditava, o que muda nosso entendimento da extinção do Cretáceo-Paleogeno, há 66 milhões de anos, causada pelo impacto do asteroide.
Anteriormente, pensava-se que a biodiversidade da Terra já estava diminuindo, rumo a um evento de extinção menor caso o meteorito Chicxulub não houvesse chegado. Agora, evidências apontam para o contrário: estávamos com cada vez mais formas de vida surgindo. Mais estudos sobre a diversa fauna marinha serão realizados nos leitos do Marrocos — só começamos a arranhar a superfície da diversidade e biologia dos mosassauros e de muitos outros répteis antigos.
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Fonte: Canaltech