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Saldo da Copa América Feminina: os pontos altos e os pontos baixos do torneio na Colômbia

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A Copa América Feminina chegou ao fim com a seleção brasileira no topo. Grande favorita antes mesmo do apito inicial soar, a Canarinho só encontrou dificuldades mesmo na grande decisão, na qual venceu a Colômbia por 1 a 0. Muito mais pelo nervosismo diante de um estádio cheio em Bucaramanga do que pelas questões técnicas, diga-se de passagem.

Com a soberania atestada no continente, Pia Sundhage agora se prepara para os dois principais eventos do calendário: Copa do Mundo de 2023 e Jogos Olímpicos de 2024. E, para ambos torneios, há lições valiosas a serem levadas da Copa América. Abaixo, nós listamos os pontos altos e os pontos baixos do campeonato na Colômbia.


O que teve de melhor na Copa América Feminina

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Linda Caicedo e Tamires representaram o contraste de juventude e experiência na decisão | Gabriel Aponte/GettyImages

Foram 20 gols anotados na campanha da Canarinho. A estatística ofensiva é digna de uma competição que alternou goleadas com placares equilibrados. Chama atenção, por outro lado, o número de tentos sofridos: zero. A impecável defesa – de nível mundial – construída com Lorena, Rafaelle e Tainara é a grande notícia de Pia.

Mas a evolução não para por aí. Na lateral-direita, Antônia exerceu pleno domínio, inclusive das ações ofensivas, seguindo a recomendação da técnica. Do outro lado, a experiente Tamires segue imprescindível. Bia Zaneratto, apesar de ter sofrido com a catimba das oponentes no duelo derradeiro, esteve entre os grandes nomes da equipe ao longo do torneio.

Debinha é um caso à parte. A atacante deixa a impressão de estar vivendo seu auge técnico, tático, físico e mental. Contra as donas da casa, sobrou drible, liderança em campo, e a serenidade para não entrar em provocações. Aliás, por falar em alto nível, a Copa América nos provou que o futuro do futebol sul-americano pode ser brilhante.

Linda Caicedo, atacante colombiana de apenas 17 anos, está sendo ventilada no Barcelona. Yamila Rodríguez, a consagrada argentina, chegou aos 24 anos em janeiro. Jessica Martínez, um dos pilares do Paraguai, tem 23. A mudança de rota em termos de competitividade somada ao surgimento de joias nos dá esperança de dias melhores.


O que teve de pior na Copa América Feminina

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Baixo público nos estádios chamou atenção | Gabriel Aponte/GettyImages

Cerca de 28 mil pessoas acompanharam o espetáculo disputado no estádio Alfonso López. Se tratava de uma final, com a presença garantida do time da casa e a favorita seleção brasileira. Quem assistiu apenas ao último confronto pode se surpreender ao ver que a média de público não passou de 6.889 espectadores por partida.

Há um evidente contraste com a Eurocopa Feminina. Na decisão disputada neste domingo, 31, a Inglaterra bateu a Alemanha, por 2 a 1, diante de 87.192 torcedores em Wembley, um recorde de público entre homens e mulheres no tradicional campeonato. Ineficiente em planejamento e execução, a Conmebol optou por evidenciar uma distância que poderia ter sido diminuída.

Em níveis técnicos, há totais motivos para celebrar, mas a preocupação que nos segue há pelo menos duas décadas permanece: como bater de frente com as demais seleções? Diante das donas da casa, no momento de maior pressão da Copa América, a oscilação esteve presente. Zaneratto e Ary Borges, tão eficientes em outros confrontos, não conseguiram se impor.

Angelina, lesionada, deixa um vácuo de qualidade por tempo indeterminado. Em fevereiro, a Canarinho enfrenta a Inglaterra, campeã da Euro. Será um grande teste para quem visa chegar longe no Mundial de Oceania e Nova Zelândia. Até lá, a comandante sueca terá muito trabalho. A Conmebol, então, nem se fala…

Fonte: 90min