Conectar equipamentos à internet traz várias vantagens, como permitir acesso remoto a imagens, dados e até mesmo o controle a distância de aparelhos. Mas se além de usarmos só a IoT (internet das coisas), juntarmos todo o potencial da IA (inteligência artificial)? Para quem ainda não está familiarizado com o termo, é isso que temos com a AIoT, sigla em inglês que significa a união dessas duas tecnologias.
O resultado é uma gama de ferramentas em rápida evolução e que já podem ser vistas na ruas, casas, empresas e indústrias. Segundo a consultoria Markets and Markets, só o mercado de soluções de inteligência artificial deve atingir cerca de US$ 310 bilhões em 2026, o que representa um crescimento anual composto de 39,7%. Vale dizer que em 2020 o valor estimado desse setor era de US$ 58,3 bilhões. E o mercado de AIoT deve ser responsável por cerca de 30% das implementações de sistemas com inteligência artificial, principalmente na área da indústria.
De acordo com o instituto Gartner, com base em uma pesquisa realizada no ambiente corporativo, a inteligência artificial já é uma das principais tendências estratégicas de tecnologia, a começar pela chamada IA generativa, que permite criar sistemas capazes de aprender os padrões utilizados nos dados e, a partir disso, criar novas informações.
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A AIoT tira proveito de uma grande variedade de tecnologias, como Machine Learning, Deep Learning e processamento de linguagem natural, entre outras, e tem um campo de aplicação quase ilimitado, como medicina, robótica, gerenciamento de dados, cidades inteligentes, eletrodomésticos ou mesmo no varejo. Isso se deve em grande parte à capacidade da indústria de oferecer chipsets mais modernos e com preços mais acessíveis, o que permite levar os recursos de IA para o que chamamos de computação de borda (edge computing), o que significa criar dispositivos capazes de ter esses recursos de inteligência artificial de forma local (sem a necessidade de acessar um servidor remotamente com frequência).
Do lado da indústria, a ideia de um mundo mais conectado e inteligente ganhou fôlego com o conceito de indústria 4.0. Já as tecnologias de interação entre homem e máquina, que caracterizam o que já está sendo chamado de Indústria 5.0, exigem recursos avançados presentes na inteligência artificial, somada à internet das coisas.
Os desenvolvedores de equipamentos para as mais modernas empresas e indústrias já têm no seu radar a tecnologia de AIoT, pois ela impacta de forma positiva vários desafios na área de design de produto, como custo, peso, latência, mobilidade e consumo de energia. São produtos como robôs com maior mobilidade, sistemas de visão para dispositivos de mão, computadores industriais e interfaces de comunicação homem-máquina.
No ambiente doméstico, os assistentes pessoais inteligentes (também conhecidos como smart speakers), como o Echo, da Amazon (que utiliza a Alexa) e o Google Home, são cada vez mais populares. Segundo estimativas da consultoria Statisa, já há mais de 330 milhões desses equipamentos instalados. E até 2023, o volume anual de vendas deve chegar a 200 milhões de unidades.
Motivados pela adoção desse tipo de tecnologia, que permite comandar equipamentos por exemplo com a voz, os fabricantes de eletrônicos e de eletrodomésticos estão incorporando a tecnologia de AIoT a equipamentos como televisores, aparelhos de som, máquinas de lavar, notebooks e relógios, entre outros.
Como já disse Guilherme Spina, CEO da V2Com, em entrevista, apenas 5 milhões dos mais de 90 milhões de medidores de energia no Brasil estão conectados e pouco mais de 23% do ambiente agro possui conectividade. Ou seja, ainda há muito espaço para tecnologias como a internet das coisas e a inteligência artificial evoluírem por aqui.
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Fonte: Canaltech