O calor extremo nos oceanos já teria ultrapassado seu ponto sem retorno em 2014, e as temperaturas não devem parar de subir. É o que mostra um novo estudo liderado pelo Monterey Bay Aquarium, o qual descreve que as ondas de calor intenso no oceano global ocorreram em pelo menos 50% do tempo desde então.
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O estudo avaliou um banco de dados com registros dos últimos 150 anos da temperatura do oceano global. Os autores descobriram que o calor extremo ocorreu em apenas 2% do tempo do último século, mas em 50% do tempo desde 2014.
Os oceanos cobrem 70% da superfície do planeta e absorvem 90% do calor retido pelo efeito estufa. O ecologista Kyle Houtan, coautor do estudo, disse que as mudanças climáticas não nos esperam no futuro: “é algo que é um fato histórico e já ocorreu”, ressaltou.
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Se os oceanos sustentam a vida na Terra e as mudanças climáticas extremas já se revelam neles, o cenário não é animador. Segundo Houtan, os extremos impactam de forma desproporcional os ecossistemas, mas são suficientes para provocar mudanças drásticas neles.
Oceanos mais quentes
Para chegarem a essa conclusão, os pesquisadores analisaram os registros da temperatura dos oceanos de 1920 a 2019. Em 2014, mais de 50% do calor mensal havia superado a temperatura mais extrema dos últimos 50 anos. Segundo a equipe, 2014 foi o ano do “ponto sem retorno”.
Desde aquele ano, os extremos não param de subir. Em 2019, aproximadamente 57% do oceano global sofreu com ondas intensas de calor. E no oceano Atlântico Sul, o ponto sem retorno já teria acontecido em 1998 — há mais de duas décadas.
Além disso, de 80% a 90% do oceano global que abriga importantes ecossistemas já sofre com o calor extremo, especialmente nas costas ao nordeste dos EUA e Canadá, bem como na Somália, Indonésia e mar da Noruega. Recentemente, outro estudo que analisou a temperatura superficial do oceano global descobriu que, em 2021, os oceanos atingiram o sexto recorde seguido de calor extremo.
Esta é mais uma pesquisa que alerta um cenário dramático pelas próximas décadas. O estudo foi apresentado na revista PLOS Climate.
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Fonte: Canaltech