Com a conclusão do Leilão do 5G, na sexta-feira (5), começou a contagem regressiva para a implantação da tecnologia de internet móvel rápida no país. Apesar disso, muitos brasileiros ainda usam o 3G: segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), mais de 20 milhões de indivíduos usam a tecnologia, que começou a ser substituída pelo 4G em 2013.
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Os motivos para isso são os mais diversos. Começam com o uso de aparelhos muito antigos e chegam à ausência de cobertura, comum em regiões mais remotas do país — são municípios muito pequenos ou muito distantes, o que encarece a instalação. Além dos clientes individuais da tecnologia 3G, ela é usada, ainda, por equipamentos como máquinas de cartões de crédito e pontos de recarga de cartões de transporte público (que fazem comunicação do tipo máquina para máquina ou machine to machine – M2M) —, entre outros.
Com a tecnologia 3G, as chamadas de vídeo têm pouca qualidade e é impossível usar serviços de streaming de vídeo e de música — já que a velocidade não permite uma experiência fluida: a conexão é de apenas 2 Mbps. A consultoria IDC chegou a avaliar o preço dos aparelhos usados para esses acessos em torno de R$ 200. Atualmente, a maioria dos smartphones de entrada (que funciona em 3G e 4G) custa mais de R$ 1 mil.
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Para usar o 5G, será preciso ter um aparelho e um chip compatíveis com a tecnologia. Eles já estão chegando ao mercado e, quem quiser aproveitar o potencial da novidade, terá de comprar um deles. Como o 5G deve estar disponível nas capitais em julho de 2022, ainda restam alguns meses para providenciar um novo dispositivo.
As demais localidades devem demorar ainda mais para ter acesso à tecnologia no Brasil. O cronograma previsto de implementação do 5G é o seguinte:
- 31 de julho de 2025: municípios com mais de 500 mil habitantes;
- 31 de julho de 2026: localidades com mais de 200 mil habitantes;
- 31 de julho de 2027: cidades com mais de 100 mil habitantes;
- 31 de julho de 2028: municípios com mais de 30 mil habitantes.
Presença do 4G no país
A cobertura ainda é bastante deficiente no território nacional. De acordo com a Anatel, mais de 220 municípios brasileiros não oferecem 4G. O objetivo da agência é que a opção esteja em 100% das cidades do país até 2024. Algumas das vencedoras do Leilão do 5G terão têm, como contrapartida, de expandir a rede 4G.
O Leilão do 5G foi o maior da história no país. Quando as frequências do 3G foram vendidas, a Anatel arrecadou R$ 7 bilhões. Agora, foram obtidos R$ 47,2 bilhões (a expectativa inicial era de R$ 49,7 bilhões). Analistas avaliam que esse foi o maior leilão de 5G de todo o mundo.
A expectativa é que a tecnologia 5G dê espaço a novos modelos de negócios, bem como mais empregos e renda para milhões de brasileiros. Além disso, estima-se que ela ajude a impulsionar o Produto Interno Bruto (PIB) em cerca de R$ 6,5 trilhões nos próximos 20 anos.
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Fonte: Canaltech