Bicampeã mundial com a seleção norte-americana (2015 e 2019), Jill Ellis agora comanda um grupo técnico da Fifa sobre as perspectivas futuras do futebol feminino. Entre as atribuições da equipe está o estudo do calendário para as mulheres. Recentemente, a possibilidade de ter a Copa do Mundo feminina a cada dois anos gerou uma série de discussões.
A ideia ainda será debatida e, posteriormente, colocada em votação no conselho da Federação Internacional de Futebol. Mas, antes mesmo da sequência burocrática, Ellis ressalta que as mudanças não deveriam parar por aí: “Se tivermos uma Copa do Mundo mais frequente potencialmente teremos times ficando mais tempo juntos, times sendo ativados“.
“Queremos que continue crescendo. E acho que parte dessa reforma seria a Fifa assumir as qualificatórias da Copa feminina assim como faz no masculino. A Fifa orienta as eliminatórias no masculino, mas as confederações fazem no feminino“, destacou a ex-treinadora em entrevista exclusiva ao Donas do Campinho.
Há muito mais nisso do que somente uma Copa a cada dois anos. Toda vez que temos uma Copa do Mundo as meninas querem jogar futebol, aparecem mais patrocinadores querendo investir em nosso esporte e criamos mais oportunidades para as atletas serem vistas nesse palco global.Jill Elis ao Donas do Campinho
Ela não parou por aí. Sobre a possibilidade de um torneio de times, Jill avaliou: “Certamente em termos de clubes, em um nível pessoal, seria incrível um Mundial de clubes feminino. Agora vemos esses torneios menores como International Champions Cup, times da Europa jogando contra times da América do Norte e tantas outras ligas na Ásia, América do Sul, África, com certeza chegaremos no ponto. Estamos olhando para diferentes coisas“.
Diante da possibilidade de novas competições no radar, Ellis explicou como não sobrecarregar as atletas: “Temos que analisar o calendário e também criar mais períodos de descanso. Acredito que na eliminatória da Conmebol era apenas um dia de descanso entre os jogos. Então como podemos garantir a segurança e saúde das atletas? É preciso ter mais infraestrutura“.
Auxiliar de Pia Sundhage em duas Olimpíadas, Jill também falou sobre o trabalho da treinadora no comando da seleção brasileira: “Ela tem uma forma única de unir as jogadoras. Algumas vezes toca seu violão, mas tem uma paixão pelo jogo e acho que a Pia é a pessoa perfeita para o Brasil. Esse país simplesmente ama futebol. Ela genuinamente se preocupa com as pessoas, ama futebol não apenas por jogar, mas como é jogado“.
Fonte: 90min