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Pressão alta e pressão baixa: entenda as causas, sintomas e qual é mais grave

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Pressão alta e pressão baixa: entenda as causas, sintomas e qual é mais grave - 1

Você já deve ter ouvido falar de uma pessoa que passou mal porque estava com a pressão alta ou baixa, certo? As duas condições estão relacionadas com a forma na qual o sangue é bombeado pelo coração para que, pelas artérias, chegue a todas as partes de nosso organismo. Então, algumas pessoas acabam sofrendo de hipertensão ou hipotensão, quando o fluxo é mais alto que o normal ou mais baixo que o normal.

As doenças, no entanto, são mais complexas do que parecem, e por isso conversamos com alguns cardiologistas para esclarecer algumas questões envolvendo a pressão alta e a pressão baixa, inclusive quando acometem pessoas mais velhas.

O Canaltech conversou com a Dra. Paola Smanio, cardiologista e gestora do Centro de Diagnóstico do Grupo Fleury, que explicou que a pressão arterial é medida em milímetros de mercúrio. “Há uma certa resistência para que o sangue circule em nossos vasos sanguíneos, então o coração tem que fazer força/pressão para bombear o sangue e fazê-lo chegar em todos os lugares do nosso organismo. Quando essa força para que o sangue percorra a parede das artérias é grande, significa que a pressão está alta. E ao contrário, quando não há sangue suficiente, a pressão fica baixa”, esclarece a médica.


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João Vicente, doutor em cardiologia e médico assistente na Unidade Clínica de Hipertensão do InCor da FMUSP, diz ainda que medidas internacionais e nacionais estipulam que os valores normais de pressão arterial sejam de no máximo 130 x 80. Agora, vamos entender de forma mais detalhada a diferença entre as duas doenças.

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Imagem: Reprodução/senivpetro/Freepik

Pressão alta

Vicente explica que, ao longo do tempo, a força que é exercida pelo coração para que o sangue circule nas parede arteriais pode prejudicar o próprio órgão e toda a parte vascular. Smanio também fala sobre o assunto. “Quando o problema não é tratado pode lesar o que chamamos de órgãos-alvos: retina, artérias renais e o rim. Além disso, a pressão alta é um dos principais fatores de risco para infartos e causa de muitos casos de acidente vascular cerebral e AVC”, detalha a médica.

Vicente diz ainda que a pressão arterial elevada pode levar a sintomas como tonturas, palpitações, dor no peito e na nuca, e que os valores altos podem desencadear problemas mais graves, como angina, infarto agudo do miocárdio, arritmias cardíacas, insuficiência cardíaca, acidente vascular isquêmico e/ou hemorrágico e aneurisma da aorta.

Pressão baixa

Na pressão baixa, os sintomas são tontura, náuseas, “moleza” e mal-estar, visão turva, falta de concentração, aceleração de batimentos cardíacos, entre outros. Pode ser causada, muitas vezes, pela desidratação ou por medicamentos que são usados em doses superiores, como diuréticos, por exemplo.

“Algumas alterações hormonais e anemias por falta de ácido fólico e vitamina B12 também causam pressão baixa. Apesar do mal-estar, ter a pressão baixa não é considerado algo grave, a não ser que venha acompanhada de alguma doença”, comenta Smanio.

Vicente também comenta sobre a pressão arterial fraca, dizendo que as pessoas que sofrem da doença podem tanto ser assintomáticas, quando apresentar sintomas além das tonturas, como a lipotímia, quando há a sensação de perda dos sentidos e da força muscular, ou até sincopes, quando o indivíduo “liga e desliga”, ou seja, cai de forma completamente inesperada, correndo risco de se machucar. Além disso, o médico diz que doenças como infarto agudo do miocárdio, arritmias cardíacas, embolia pulmonar, acidente vascular cerebral e aneurisma da aorta podem causar a pressão baixa, e até mesmo a desidratação extrema pode provocar o problema, principalmente em idosos.

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Imagem: Reprodução/aleksandarlittlewolf/Freepik

É hereditário?

Paola Smanio conta que a hereditariedade tem, de fato, grande influência sobre a nossa pressão arterial, destacando os casos de hipertensão, mas que também existem outros fatores, como a idade. “Sabemos que entre pessoas idosas é comum que a pressão seja mais alta. Já entre jovens, quando ela aparece alterada é preciso investigar, pois pode se tratar de algum outro problema que está causando essa disfunção. Também encontramos o envolvimento de fatores étnicos, pois pessoas da raça negra têm pressão mais elevada, por exemplo”, exemplifica.

Níveis seguros

O Canaltech também conversou com o Dr. Fábio Gazelato, cardiologista e diretor médico da DaVita Serviços Médicos, que explicou detalhes sobre a pressão alta e pressão baixa, principalmente em relação aos níveis seguros de medição. “De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, a Hipertensão Arterial Sitêmica (HAS) é caracterizada quando os valores pressóricos estão persistentemente elevados dentro de uma faixa sistólica acima de 140 mmHg ou o diastólico acima de 90 mmHg”, explica, dizendo ainda que a doença afeta cerca de 25% da população de centros urbanos.

Já a pressão baixa, a hipotensão, acontece quando há uma queda de 20 mmHg da pressão sistólica ou 10 mmHg da pressão diastólica quando a pessoa se levanta. Sendo assim, de acordo com o médico através de informações de estudos clínicos, “quanto mais próximo de valores sistólicos de 120 mmHg e 80 mmHg mais controlada estará a pressão quanto a sua doença de base”, completa.

Tratamentos

Ter pressão arterial alta é perigoso. Vicente conta que o primeiro passo para melhorar o problema é mudar o estilo de vida e controlar fatores como peso, sedentarismo, consumo de açúcar, colesterol, triglicerídios no sangue e tabagismo. “Ter uma dieta saudável, livre de gorduras e frituras, e ingerir alimentos com baixo teor de sal”, recomenda o profissional. “Nos casos em que a pressão não fique dentro da normalidade após estas medidas serem adotadas, a única forma de controle para a pressão arterial se normalizar é através do uso correto dos medicamentos, que devem ser prescritos pelo médico cardiologista”, completa.

No caso da hipotensão, Gazelato diz que a hidratação constante é essencial para aliviar os sintomas, além do uso de meias elásticas e prática de exercícios. Também há a recomendação de não se levantar rapidamente depois de um período de descanso. Caso nenhuma das prevenções amenize os sintomas, o uso de medicamentos pode ser receitado.

Pressão alta e idosos

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Imagem: Reprodução/jcomp/Freepik

A hipertensão arterial em idosos pode ser mais perigosa, como explica o geriatra Natan Chehter, membro da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia e do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo. “Com a idade, existe tanto a perda da massa muscular das artérias, deixando a musculatura menos elástica, quanto fatores que ocorrem por anos de pressão alta, diabetes, colesterol e tabagismo”, explica o médico, justificando o enrijecimento das artérias, o que é chamado de aterosclerose.

Chehter completa que tanto a pressão alta quanto a pressão baixa trazem seus riscos, mas que a pressão baixa tem riscos a curto prazo, podendo causar quedas e acidentes, e mesmo os “tombos” mais simples podem acabar sendo mais perigosos quando acontecem com idosos, e em casos mais extremos podem levar ao AVC. Sendo assim, o maior cuidado deve ser com a hipertensão arterial, que precisa sempre ser acompanhada de profissionais.

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Fonte: Canaltech