Em 36 jogos, 17 empates. Sim, ao se contentar com “pontinhos”, o Grêmio viu a possibilidade de lutar pelo título do Campeonato Brasileiro se esvair rapidamente. O clube, em nenhum momento da disputa, esteve próximo de beliscar a taça. E este cenário revela o que o contexto tricolor em teimou em não aceitar: faltou, sim, o “algo mais” para o clube. Este “algo mais”, aliás, pode ser analisado de duas formas, e ambas estão corretas.
Em primeiro lugar, o grupo montado pela direção em 2020 tem claras deficiências de qualidade. Não se pensou, com cuidado, nas reais carências e se apostou, primeiramente, em nomes baratos para posições cruciais. Lá no início do ano, se é verdade que a direção buscou compor as laterais com atletas de real valor, esqueceu de achar alguém com as características ideais para substituir Maicon, e jogou para os deuses no momento em que deu a camisa 10 para Thiago Neves e deixou o plantel sem um substituto para Diego Souza – se pensou que Luciano, erroneamente, faria essa função.
Com o passar do tempo, a lógica prevaleceu, e os dirigentes, com pouco conhecimento de mercado, precisaram se utilizar dos derradeiros dias da segunda janela de transferências internacionais para gastar, sem critério algum, nas contratações de Pinares e Diego Churín. Aqui não estou dizendo que eles não servem, mas ninguém convence que a dupla foi escolhida “a dedo”.
Por fim, vem a segunda vertente de análise: a mentalidade gremista. Ninguém aguenta argumentos vazios para se justificar a preservação do time em boa parte do Brasileirão. Já está mais que provado, pelo próprio Grêmio, que esta estratégia acaba diluindo as chances de sucesso em um torneio que exige regularidade. Se o grupo sempre careceu de peças-chave, imagina só deixando os expoentes de fora. Era impossível achar que o futuro trataria de colocar o troféu mais cobiçado do cenário nacional ao alcance dos azuis. Se tudo isso não mudar, 2021 será igual. E o próximo passo dentro da elite nacional ficará, novamente, adiado.
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Fonte: 90min